Alimentando seu filho de forma saudável: Dicas para lidar com as dificuldades alimentares do dia a dia.

Esse tema com certeza já gerou ou gera muita inquietação no coração de muitas mamães. Qual mãe que nunca foi ao pediatra tensa com a pesagem do filho ou com aquela sensação de “será que meu filho está comendo a quantidade certa?”

Sei que quando falo sobre dificuldades na alimentação de um filho, isso mexe lá dentro do nosso coração, como se nosso filho se alimentar bem ou não dependesse única e exclusivamente de nós. Por isso, antes de iniciar este artigo quero pedir que você tire esse peso das suas costas e encare esse momento com mais leveza, e não julgue outra mãe caso o bebê dela não esteja cheio de dobrinhas…

Com certeza você já sabe que a hora da refeição é um momento crucial para o desenvolvimento dos nossos filhos, tanto em relação ao desenvolvimento motor quanto à independência deles. É também uma grande oportunidade para apresentarmos novos alimentos e expandir o paladar deles. Mas o nosso grande erro nesse momento, é acreditarmos que nossos pequenos precisam comer grandes quantidades de alimentos para se manterem saudáveis. E é aí que você e eu nos vemos desesperadas quando nossa criança não come tudo o que a gente colocou no parto.

E pasme, a quantidade de alimentos necessários para o crescimento e desenvolvimento adequados da nossa criança é menor do que imaginamos. Vamos juntas entender melhor esse assunto?

Durante o período entre 1 e 2 anos, o aumento de peso esperado para uma criança é de cerca de 20%, o que significa que ela pode passar de cerca de 10 quilos para 12 quilos. Mas não ache que o ganho de peso vem tudo regradinho de tantos gramas por mês. Pois é comum que haja meses em que a criança não ganhe peso, o que não significa que esteja doente ou precise de mais comida.

Agora o que eu quero que você se atente, e falo isso pra você com o maior carinho, é que forçar a alimentação pode ser prejudicial e gerar reações negativas na criança. Quando você insiste demais para que seu filho coma, a criança pode se sentir agredida e acabar reagindo negativamente, recusando-se a comer. E parece que quando nossa criança nega a comida que preparamos com todo carinho, parece uma agressão a nós. E quanto mais você se estressar para que ela como tudo, mas a criança ficará estressada e os momentos de sentar à mesa será uma grande guerra.

Por isso, é importante respeitar o ritmo da criança e permitir que ela coma quando estiver com fome e pare de comer quando estiver satisfeita. E eu sei, que muitas vezes na nossa criação, aprendemos que deixar comida no prato é uma falta de educação, e quebrar isso gera um incômodo em nós. Mas te convido a ter essa visão de respeito com a sua criança.

Além disso, é válido lembrar que o momento da refeição deve ser uma oportunidade para explorar diferentes alimentos e estimular o desenvolvimento motor e de independência da criança.

Quando meu filho estava nessa fase alimentar lembro de ter seguido dicas que me ajudaram demais, então quero compartilhar essas dicas para ajudar você a lidar com as dificuldades alimentares do seu filho:

1 – Respeite a fome da criança: As crianças sabem quando estão com fome e quando estão satisfeitas. Não force a criança a comer se ela não estiver com fome, pois isso pode criar uma aversão à comida. Por outro lado, se a criança estiver com fome, certifique-se de que ela tenha opções saudáveis para comer.

2 – Ofereça opções saudáveis: Ofereça uma variedade de alimentos saudáveis, como frutas, verduras, grãos integrais e proteínas magras. Tente incluir alimentos coloridos e com texturas diferentes para tornar a refeição mais atraente.

3 – Deixe a criança explorar a comida: Deixe a criança brincar com a comida (e eu sei que isso pode gerar uma grande bagunça e você ter muita coisa pra limpar, mas acredite, isso fará muita diferença para uma melhor aceitação do alimento) e experimentar diferentes texturas e sabores. Isso pode ajudar a aumentar a aceitação de alimentos e tornar a refeição mais divertida.

4 – Seja um modelo de alimentação saudável: As crianças aprendem com o exemplo, então tente ser um modelo de alimentação saudável. Coma com a criança e mostre a ela como você aprecia alimentos saudáveis e nutritivos. (Aqui eu quero que você aja naturalmente e não que fique falando “Olha, filho, a mamãe está comendo saudável…”)

5 – Evite distrações durante as refeições: Evite distrações durante as refeições, como televisão, tablets ou telefones celulares, brinquedos. Isso pode ajudar a criança a se concentrar na comida e apreciá-la mais. (Isso é uma regra em casa, sentar à mesa é um momento em família, é hora de olhar nos olhos, conversar, apreciar a comida. Se isso ainda não é realidade na sua família, comece a implementar, por mais que haja resistências, você vai desfrutar depois de momentos maravilhosos em família!)

6 – Não faça da comida uma recompensa ou castigo: Evite usar a comida como recompensa ou castigo, pois isso pode criar uma relação emocional com a comida. Em vez disso, tente elogiar a criança por seus esforços ou realizações de outras maneiras. Quando você trata a comida como recompensa, corremos sérios riscos de criar crianças compulsivas por alimentos.

7 – Não pressione a criança a comer ou a experimentar novos alimentos. Em vez disso, tente introduzir novos alimentos gradualmente e respeite a escolha da criança de não comê-los. Lembre-se de que a criança precisa de tempo para se acostumar com novos sabores e texturas e pode precisar experimentá-los várias vezes antes de aceitá-los. É importante sempre que for introduzir um alimento novo, coloque junto um alimento de segurança, ou seja, um alimento que você sabe que seu filho vai comer.

8 – Se a criança estiver passando por um período de seletividade alimentar, tente não se preocupar muito. Isso é comum e pode ser uma fase passageira. Continue oferecendo opções saudáveis e mantenha um ambiente positivo e descontraído durante as refeições.

Quando se trata da alimentação dos nossos filhos, precisamos considerar que fatores emocionais podem influenciar o relacionamento deles com a comida. Por exemplo, se a criança estiver enfrentando um período de estresse ou ansiedade, pode ser que tenha menos apetite ou prefira alimentos menos saudáveis. Lembre-se que eles são seres humanos iguais a nós. O importante é buscar equilíbrio em tudo e ter mais leveza.

Sei que posso parecer repetitiva, mas quero te lembrar que a quantidade de comida que a criança precisa não é tão grande quanto todo mundo fala por aí. Portanto, forçar a alimentação pode ser prejudicial e gerar reações negativas. Respeite o ritmo da criança, permita que ela coma quando estiver com fome e pare de comer quando estiver satisfeita.

Por último, mas não menos importante, a alimentação saudável é um processo contínuo que requer paciência, consistência e amor. Não desanime se o seu filho não estiver comendo tudo o que você gostaria ou estiver passando por um período de seletividade alimentar. Porque na verdade, o que você tem controle e responsabilidade é oferecer uma alimentação saudável, mas a disposição em comer e a quantidade do que comer não depende de você. Continue sempre oferecendo opções saudáveis, respeitando o ritmo e as preferências da criança e incentivando um ambiente positivo durante as refeições. Com o tempo, a criança desenvolverá hábitos alimentares saudáveis e uma relação positiva com a comida.

Leve sempre a maternidade com mais leveza para você aproveitar essa fase de alimentação também. É claro que passei informações e conhecimentos que fizeram diferença aqui em casa, mas se você ainda tem muitas dificuldades e não se sente segura, procure um profissional da área.

Beijinhos pra você e te espero no próximo texto!

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